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SOCIALIZAÇÃO DAS PESQUISAS

SIMPÓSIO NACIONAL DE iiii HISTÓRIA ANTIGA E MEDIEVAL

Práticas festivas, práticas votivas: diálogos possíveis no Campo da História

 

Edianne dos Santos Nobre*

Mário Ribeiro dos Santos*

 

As festas e expressões culturais populares constituem férteis campos de análise das experiências religiosas nas mais diversas temporalidades e lugares. As diferentes formas de comunicação com o sagrado, sobretudo cristãs e afro-brasileiras, vivenciadas nos diversos contextos das celebrações no Brasil serão o foco desse simpósio, que entre outros objetivos, busca reunir estudantes e pesquisadores que enxerguem no interior dessas experiências individuais e coletivas uma pluralidade de abordagens instrumentalizadas por diferentes concepções teórico-metodológicas. Trabalhado nos principais Programas de Pós-Graduação em História do Brasil, este assunto conquistou tratamento respeitoso entre nossos pares, ampliou o número de pesquisadores na área e novas produções emergiram com abordagens diferenciadas.

Partindo dessa premissa e nos espelhando na atual conjuntura, na qual estamos imersos, discutir sobre festas e religiosidades dentro da universidade é uma oportunidade para problematizar o próprio papel do curso de História na sociedade, as interfaces com a educação, a ampliação dos currículos escolares, a atualização das práticas de ensino, a contextualização dos conteúdos, entre outras mudanças voltadas para a valorização dos diferentes saberes e práticas. Será que já paramos para analisar quantos alunos, técnicos e professores integram grupos ou tem entre seus familiares, alguém que participa ou já participou de alguma manifestação festiva com estreito vínculo religioso? 

Este foi um dos pontos de partida para pensarmos esse simpósio, que reunirá estudantes interessados em problematizar entre outras questões, o lugar social dos populares nas diversas celebrações e expressões culturais, a ocupação dos epaços públicos, as relações com os poderes públicos instituídos, a reconfiguração das programações festivas oficiais, as políticas públicas de incentivo, as ações de salvaguarda, entre outros temas que nos levam a refletir sobre relações de poder, intolerância religiosa, identidade, memória, ancestralidade, patrimônio cultural, educação, entre outras abordagens que multiplicam os sentidos das festas e religiosidades como objeto de estudo da História.

 

 

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