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Culturas no Plural em debate

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O Grupo de Estudos e Pesquisas em Festas e Religiosidades (GEFRE), em parceria com o Afoxé Filhos de Zaze  e a Quadrilha Junina Buscapé (Juazeiro-BA), ambos do Bairro do Quidé, Juazeiro-Bahia, realizará nos dias 20/09, 25/10 e 22/11, três rodas de conversa reunidas no projeto Culturas no Plural em debate.

 

As rodas serão coordenadas pelos professores Edianne Nobre e Mário Ribeiro, que na ocasião abrirão os trabalhos apresentando a dinâmica da atividade e a problematização dos temas escolhidos para os debates. Os critérios de seleção dos assuntos basearam-se nas experiências dos docentes em sala de aula e nas reuniões do GEFRE, assim como nas necessidades colocadas pelas lideranças dos grupos culturais em parceria para reflexão de temáticas que norteiam o cotidiano do público. Entre os temas a serem debatidos, destacam-se: o título do evento - Culturas no plural; o Movimento Cultural das Quadrilhas Juninas e por último, Afoxé: resistir para existir.

A ideia do projeto Culturas no plural em debate nasceu durante a palestra de apresentação do tema da Quadrilha Junina Buscapé, no Bairro Quidé, em Juazeiro da Bahia, em maio de 2018. Na ocasião, o professor Mário Ribeiro foi convidado pela liderança do grupo para tratar de alguns conceitos que norteiam o debate sobre quadrilhas juninas, a exemplo de tradição, resgate, preservação e identidade.

 

Os depoimentos do público do evento, formado na sua maioria por jovens que cursam o Ensino Médio e dançam quadrilha na comunidade e/ou participam de outras manifestações culturais na cidade, aproximaram-se dos mesmos pontos de vista dos alunos da graduação em História, durante o primeiro contato com as disciplinas de Antropologia, Patrimônio Cultural e Introdução aos Estudos Históricos, no tocante ao assunto das práticas culturais dos grupos humanos em sociedade. As falas, em geral, giravam em torno da “descaracterização da cultura” somada à “necessidade de resgatá-la e preservá-la para não perder a nossa identidade”. Um campo fértil para a problematização de conceitos historicamente construídos, possíveis de serem analisados a partir de diferentes perspectivas teóricas.

 

Partindo desse pressuposto, o GEFRE – Grupo de Estudos e Pesquisa em Festas e Religiosidades, prosseguindo com as suas ações de formação, propôs aos representantes de dois grupos culturais do Quidé (o Afoxé Filhos de Zaze e a Quadrilha Junina Buscapé), a realização de rodas de conversa sobre temas relacionados ao campo da História Cultural, possibilitando a públicos mais amplos, não necessariamente universitários, participarem de debates sobre conceitos de práticas realizadas e vivenciadas por eles no seu cotidiano.

Desse modo, iniciaremos com o tema Culturas no plural, através do qual, refletiremos sobre a escolha do tema da ação. Prosseguiremos neste mesmo dia com a análise da formação da sociedade brasileira, o mito da democracia racial, a diversidade cultural, a democratização dos diferentes saberes e fazeres e a acessibilidade cultural e formação das nossas identidades.

 

O segundo tema a ser trabalhado focará no Movimento Cultural das Quadrilhas Juninas; os diferentes contextos históricos da forma de expressão no Brasil; mudanças e permanências; o desenvolvimento do tema e os novos rumos na manifestação; a relação dos concursos e as quadrilhas na atualidade; a cadeia produtiva da manifestação e a quadrilha junina enquanto objeto de estudo científico.

 

A última roda de conversa contemplará a temática Afoxé: resistir para existir. Na ocasião, refletiremos sobre a cultura negra e o contexto de criação dos afoxés no Brasil; cultura como resistência; relação entre cultura negra e festas populares; intolerância religiosa; racismo e ensino da história da África e da Cultura Afro-Brasileira nas escolas.

 

Diante do exposto, acreditamos que por intermédio desta ação, socializaremos para um público mais amplo as pesquisas e estudos realizados pelos professores e alunos do GEFRE a partir de concepções teórico-metodológicas da História Cultural, além de contribuir para consolidar o campus Petrolina como um lugar de referência em ações extensionistas na área da História e Cultura.

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